O PRIMEIRO BLOW OUT (1984)
Na madrugada do dia 16 de agosto
de 1984, ocorreu a maior tragédia da história da Bacia de Campos a 82 km do
litoral do Rio de Janeiro. Inicialmente houve
uma erupção Blow Out (golpe de bolsa de gás) num dos poços
conectados à Plataforma Central de Enchova (PCE-1), operada pela empresa POZOS.
Houve uma explosão seguida de um incêndio prolongado que levou a evacuação do
convés.
O Blow Out teve início por volta
das três horas da madrugada quando trabalhadores detectaram que caía muita água
sobre o módulo da cabeça do poço, que vinha da sonda. Momentos depois houve uma explosão de grandes
proporções que balançou a plataforma e deixou a produção descontrolada e fez
vazar gás. Uma faísca causou grande incêndio. Na hora, nem os geradores e nem
os alarmes de emergência funcionaram, a plataforma ficou totalmente apagada
causando pânico em quem estava a bordo. A empreiteira Pozos Internacional
chegou a tentar fechar o equipamento que vedava o poço em caso de Blow Out, mas
no momento do serviço descobriram que o equipamento (Blow-Out Preventer - BOP),não estava em condições de operação.
Exemplo de um BOP (Blow-Out Preventer). |
Foram 37 vítimas fatais e 220
sobreviventes. Entretanto, a causa dos óbitos não foi a explosão e tão pouco o
incêndio que se alastrou pelo convés, e sim um terrível acidente com uma das
embarcações de abandono (baleeira MACLAREN) .
A Plataforma de Enchova possuía
cinco baleeiras, embarcações fechadas de fibra de vidro com capacidade para 50
pessoas cada e pesando cerca de 10 toneladas. Essas baleeiras eram sustentadas
por dois cabos de aço que, acionados por uma engrenagem, faziam descer a
embarcação até a superfície do mar.
Baleeira semelhante as da Plataforma Central de Enchova PCE-1, na ocasião do acidente. |
Conforme relatos, as pessoas
foram encaminhadas para as filas das baleeiras, porém, logo que viram o
acidente com a uma das baleeiras retornaram ao ponto de reunião. Relatos de
trabalhadores que estavam a bordo dão conta que foi visto um pedaço da ponta da
baleeira presa ao cabo, o que causou uma comoção geral e desespero. Na verdade,
ao ser acionada a engrenagem para a saída da baleeira um dos cabos da
embarcação se enroscou na estrutura de suporte e isso provocou a ruptura de
parte da estrutura. A baleeira caiu de
mais de 30 metros de altura no mar, emborcada e com 50 trabalhadores dentro.
Alguns trabalhadores morreram em razão da queda e outros por afogamento. Apenas
13 se salvaram. Dos 220 sobreviventes,
muitos se salvaram descendo o mais próximo possível ao nível do mar e dali se
lançavam ao mar, sendo resgatados por barcos de apoio.
Veja nos dois primeiros vídeos
nos links abaixo, o que pode dar errado com um baleeira e no último vídeo, o
lançamento de baleeiras por rampas:
Vídeo 01: Cabo Preso
Vídeo 02: Sistema Rompe
Vídeo 03: Lançadores
O SEGUNDO BLOW OUT (1988)
O segundo Blow Out ocorrido na
PCE-1(Plataforma Central de Enchova -1), ocorreu em 24 de abril de 1988, causou
a destruição total do convés e da torre, totalizando um prejuízo de 500 milhões
de dólares. Porém, neste acidente não houve vítimas fatais, sendo combatido o
incêndio durante um mês, que foi somente extinto após a utilização de poços de
alívio (kick wells).
Esta é a técnica mais confiável
para combate de blow outs. Assim, os Poços Direcionais foram perfurados para
atingir o poço com blow out em pontos pré-determinados e permitir a injeção dos
fluidos e assim cessar o incêndio em 23 de maio.
Os barcos firefighter não conseguiram extinguir o fogo, somente impediram a perda total da plataforma. A extinção só foi possível com a perfuração de poços de alivio. |
VEJA O VÍDEO A SEGUIR ELABORADO PELA PETROBRÁS EM 1993,
DETALHANDO UTILIZAÇÃO DOS POÇOS DE ALÍVIO QUE
EXTINGUIU O INCÊNDIO DA PLATAFORMA EM
1988.
VEJA O VÍDEO A SEGUIR A REPORTAGEM DO
GLOBO REPÓRTER DURANTE O INCÊNDIO DE 1988.
Fonte:
www.sindipetronf.org.br
www1.folha.uol.com.br