Caso 009: Incêndio em terminal de óleo de Buncefield (2005).

Na manhã de domingo, às 6:00hs de 11 de dezembro de 2005, houve uma série de enormes explosões num dos maiores terminais de distribuição de combustível do Reino Unido — 273 milhões de litros de capacidade — em Buncefield, Inglaterra. As explosões foram ouvidas centenas de quilômetros de distância, em outros países como França e Holanda. Surpreendentemente, não houve vítimas fatais.

Buncefield, 2005.

Dados gerais da área de Armazenamento:

• Proprietárias: Hertfordshire Oil Storage Ltda (HSOL) e Texaco, mas utilizado também pela British Pipeline Association (BPA) e Shell;
• Quinto maior terminal de armazenamento de derivados de petróleo da Inglaterra. Na época, responsável por 8% da distribuição de derivados do país  e de 40% de combustível de aviação no aeroporto de Heathrow);
• Capacidade de armazenamento de 273 milhões de litros de combustível;
• 50% ocupado por combustível de aviação;
• 50% ocupado por diesel, querosene, gasolina e gasóleo;
• Carregamento diário de 400 caminhões tanque.

A área era utilizada por várias empresas petrolíferas , inclusive a Shell e a Texaco.

Caminhoneiros relataram que sentirem um forte odor de gasolina minutos antes das explosões e um deles chegou a dizer ter visto uma névoa entre os tanques na altura da base do costado.

As explosões destruíram cerca de 20 tanques de armazenagem de combustíveis, equipamentos estratégicos de controle do depósito, a casa de bomba de água de emergência e interrompeu completamente as estradas limítrofes. A intensidade do fogo interrompeu o acesso a dois dos três sistemas de abastecimento de água de emergência.

O incêndio provocou a paralisação de estradas e evacuação de cerca de 2000 pessoas.
(crédito foto:Robert Stainforth).

Com a escassez de água,  única fonte de água disponível era um pequeno lago, distante 1,8 km, que necessitava de construção de uma estrada provisória para dar acesso ao local do incêndio e permitir que o barco de salvamento de Hertfordshire colocasse as bombas de combate ao fogo. A estrada provisória foi construída e foram montadas 14 bombas de grande vazão com ajuda de guindastes.

O plano de combate exigiria 32.000 l/min de água e 1.200 l/min de concentrado de espuma. Houve também solicitação de instalação de iluminação na área por holofotes. Isso exigiu logística extraordinária para abastecer a linha de frente de combate ao fogo.

Esse evento foi descrito como o maior incidente na Inglaterra depois da II Guerra Mundial.

Buncefield. A fumaça pode ser vista a
 centenas de quilômetros.

CAUSA

A verificação de nível do tanque realizada as 01:30h da madrugada não revelou nada de anormal. A partir das 03:00h  o indicador de nível, de um dos tanques não registrou variação de nível, embora a vazão de recebimento fosse de aproximadamente 550 metros cúbicos por hora. Os cálculos indicavam que o tanque estaria cheio por volta das 05:20h. Em 05:30h o tanque  912 está totalmente carregado e com  o sistema de segurança que serve para interromper  o fluxo de combustível contra transbordamento ou sobrecarregamento do tanque, inoperante (falhado).

O bombeamento prosseguiu e o excedente de gasolina vazou pelo teto do tanque e cascateou pelos lados, formando uma piscina no dique de contenção dando inicio a evaporação do combustível . A névoa de vapor combustível altamente inflamável, chegou ser registrada pelo circuito interno de vídeo.

As  06:01h o vapor é  inflamado e ocorre a explosão. As chamas envolveram um total de 20 tanques.

O efeito resultante desta explosão foi comparado a uma bomba termobárica  (bomba a vácuo).

Fontes:

PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E RESPOSTA À EMERGÊNCIAS E DESASTRES QUÍMICOS por Edson Haddad/CETESB.

http://zonaderisco.blogspot.com.br