O acidente ocorreu durante um teste hidrostático. As pernas
da esfera de aço com capacidade para 2.000m3, sofreram um colapso, deixando um morto e um ferido gravemente.
No momento do acidente a esfera estava aproximadamente com 80% cheia de água.
O teste hidrostático anterior foi realizado em 1991 e a
última inspeção realizada nas pernas foi em 1995. Pode ser notada na foto, a
corrosão grave nas pernas envolvidas com o concreto para proteção contra
incêndio (fireproofing). A corrosão ocorreu devido à penetração de água no concreto (corrosion under insulation - CUI, ou corrosão sob isolamento). O
defletor de proteção contra água localizada acima do concreto não foi
suficiente para manter para fora a água. Após o acidente verificou-se que as
espessuras das pernas tiveram reduções de até 8 mm e furos de até 10 cm2.
Após análise e teste, encontraram-se os seguintes fatores
que causaram o colapso:
- O defletor de água localizado acima do revestimento de concreto a prova de incêndio, foi mal projetado, permitindo a penetração da água entre a perna de aço e o revestimento de concreto;
- Fissuras verticais no concreto permitiram a infiltração de água;
- Reparos foram feitos no concreto, mas sem um bom acabamento;
- O sistema dilúvio foi testado com água salgada, aumentando a possibilidade de corrosão.
Ângulo oposto. |
Embora as razões acima mencionadas foram às causas do colapso da esfera, não podemos deixar de observar, que a principal razão do terrível acidente é o péssimo plano de manutenção, inclusos a má administração e a falta de conhecimento de inspeção e serviço de manutenção. Um plano de inspeção adequado e manutenção apropriada são os principais fatores para as condições de equipamentos. A inspeção deve ser executada por pessoal qualificado para evitar imprevistos, como que aconteceu após uma série de inspeções que aprovaram as condições da esfera.
Algumas medidas a serem tomadas para evitar futuros acidentes:
- Os defletores de água devem ser projetados, fabricados e instalados para assegurar a impermeabilidade e impedir a infiltração de água que causará a corrosão;
- A proteção contra incêndio deve ser de boa qualidade e inspecionado regularmente (verificar fissuras no concreto, ferrugem, etc);
- As janelas de inspeção localizadas acima das pernas devem ser seladas e soldadas ante da colocação dos defletores de água;
- As pernas serão inspecionadas por empresas qualificadas e os relatórios de inspeções serão verificados e aprovados;
- Nesse caso, as recomendações devem ser executadas o mais rápido possível. Um registro de inspeção será mantido.
Para ler o texto na íntegra, click abaixo:
Uma das técnicas de inspeção para monitorar possível corrosão sob o fireproofing é ONDAS GUIADAS trata-se de técnica de US capaz de detectar perda de espessura tanto interna quanto externamente e sob superfícies isoladas. Algumas empresas aqui no Brasil já oferecem o ensaio a custos satisfatórios.
ResponderExcluirNa minha visão; revestir de concreto foi uma péssima ideia. Levando em conta que o calculo estrutural tem como fator de resistência nas pernas da esfera, um coeficiente de resistência suficiente para suportar a carga de agua no dia do hidrostático. (ou deveria ter). Ficando sem esse "revestimento" ate com a velha tecnica do "martelamento" poderia ser detetado a corrosão interna. Claro que a solução apresentada acima tem sua lógica "comercia" , mas economia também é qualidade quando executado por profissional "capaz"
ResponderExcluirA Função do revestimento de concreto não é estrutural (suportar cargas) e sim de proteção ao fogo, atuando como um isolante térmico em um eventual incêndio. Durante a exposição ao fogo a resistência mecânica do aço diminui com o aumento da temperatura. Nada é por acaso!
ExcluirSds,
Emanuel Santana
Emanuel Santana ....OBRIGADO PELO ESCLARECIMENTO...ESQUECI-ME DESSE DETALHE. DE FATO VOCÊ TEM RAZÃO.
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