A incrustação é um problema
clássico em caldeiras aquatubulares. Consiste na deposição e agregação de
sólidos junto ao aço de que se constitui a caldeira, no lado da água, em razão
da presença de impurezas tais como sulfatos, carbonatos (de cálcio e/ ou de
magnésio), silicatos complexos contendo, ferro, alumínio, cálcio e sódio,
sólidos em suspensão e ainda em virtude da presença dos precipitados
resultantes de tratamentos inadequados
da água da caldeira (borras de fosfato de cálcio ou magnésio) e de óxidos de
ferro não protetores.
Uma vez que a incrustação se comporta como
isolante térmico (a condutividade térmica dos depósitos minerais é muito
baixa: aproximadamente 45 vezes inferior
a do aço), ela mão permite que a água “refrigere” o aço, ou seja, há menor
transferência de calor do aço para a água, e com isso, o aço absorve calor
sensível, isto é, sua temperatura se eleva proporcionalmente à quantidade de
calor recebida.
Em casos de incrustações generalizadas, essa situação agrava-se ainda
mais com o aumento operacional do
fornecimento de calor no lado dos gases,
para manter-se a água na temperatura de ebulição. Com esse aumento de
temperatura, além das perdas de energia, do ponto de vista da segurança, podem
ocorrer as seguintes consequências indesejáveis:
- O aço previsto para trabalhar em temperatura da ordem de 300 ºC, fica exposto a temperaturas da ordem de 500 º C, fora dos limites de resistência e, portanto, em condições de risco de explosão acentuado.
- Sendo quebradiça, uma parte de camada incrustante pode soltar-se, fazendo a água entrar em contato direto com as paredes do tubo em alta temperatura, o que provoca a expansão repentina da água e, consequentemente, a explosão.
- Formam-se áreas propicias a corrosão, dadas a porosidade da incrustação e a possibilidade da migração de agentes corrosivos para a sua interface com o aço.
Tubos de uma caldeira aquatubular. A esquerda, incrustado, o da direito isento de incrustações. |
Nas caldeiras flamotubulares,
camadas de lama depositam-se e impregnam a parte superior da fornalha,
principalmente nas paradas da caldeira. Com o acumulo, escorregam em volta
da fornalha e bloqueiam o espaço entre a
parte inferior da fornalha e os tubos vizinhos, trazendo para essa região os
riscos decorrentes do isolamento térmico.
O tratamento interno da água, sem
purificação previa, é desaconselhado, uma vez que favorece a incrustação, a
concentração de produtos orgânicos e consequentemente a uma condução de calor,
no caso das numerosas purgas e extrações necessárias não serem efetuadas. A imagem abaixo contem a fotografia de tubos de caldeira flamotubular incrustados.
Tubos de uma caldeira flamotubular incrustados externamente. |
Nas caldeiras aquatubulares, os
tubos expostos a calor radiante, sofrem, particularmente, consequências mais
graves nos casos de incrustações, uma vez que recebem maior carga térmica. Alem disso, esse tipo de caldeira é
muito sensível aos erros de tratamento de água, tornando assim, muito mais
importante a questão do controle de incrustações.
Casos correlatos: Caso 033 (click AQUI)
Casos correlatos: Caso 033 (click AQUI)
Fonte:
CALDEIRAS / 2004 por
Prof. José Luiz Gyurkovits
TRATAMENTO DE ÁGUA PARA
GERAÇÃO DE VAPOR: CALDEIRAS por Eng.º Joubert Trovati
Prezado Cesar,
ResponderExcluirParabéns pela postagem, material muito bom!
Tenho alguns casos aqui e vou organizá-los para enviar a você caso queira publicá-los.
Por fim, muito obrigado por citar as fontes!
Forte abraço
Joubert
Caro Joubert,
ExcluirSerá um prazer publicar os casos que queira enviar.
Aproveito a oportunidade para parabenizá-lo pela elaboração do material (conforme link a seguir).
Uma excelente fonte de pesquisa.
http://snatural.com.br/PDF_arquivos/Torre-Caldeira-Tratamento-Agua-Caldeira.pdf
Um grande abraço
Cesar