A Sonatrach Skikda planta de GNL (complexo
GL-1K) e refinaria, empresa petrolífera estatal argelina com uma produção de
335 mil barris por dia, localizada a 500 km a leste de Argel, em 19 de janeiro
de 2004 foi palco de uma maiores explosões de caldeira do ramo de petróleo e
gás.
Refinaria de Skikda antes da explosão da caldeira. |
Três dos seis trens de liquefação
de gás foram destruídos e dois, que não estavam operando no momento, foram
danificados. O prédio da administração e oficina de manutenção, juntamente com
outros edifícios, foram completamente destruídos. A explosão também levou ao
desligamento de uma usina geradora de energia elétrica nas proximidades da refinaria
de petróleo. Pelo menos 27 pessoas morreram e pelo menos 74 ficaram feridas.
OBS: "Trem" é o
termo usado para descrever as instalações de liquefação e purificação de gás
natural liquefeito – GNL, da planta. São baterias de trocadores
de diferentes tipos e em quase todas as instalações dividem-se em conjuntos
paralelos denominados "trens de GNL".
Em Skikda eram seis trens de GNL,
sendo quatro trens mais antigos: o 10, 20, 30 e 40, situados ao lado da área de
armazenamento de GNL e dois mais novos: o 5P e o 6P , do outro lado da área de
armazenamento. O trem 40, onde a explosão inicial ocorreu diferia dos outros
dois trens adjacentes.
O trem 40 utilizava caldeiras
para produzir vapor de alta pressão para mover turbinas para os compressores de
refrigeração da usina de energia elétrica utilizados para liquefazer o gás
natural. Esta tecnologia é agora considerada ultrapassada.
O ACIDENTE (sequência dos eventos)
Às 6:39 h em 19 de janeiro, foi observada o aumento da
pressão de vapor da unidade de GL1-K 40 (trem 40). O operador reduziu entrada
de combustível para o nível mais baixo na tentativa de abaixar a pressão da caldeira.
Segundos mais tarde, às 06:40 houve uma primeira explosão (a
caldeira), seguido imediatamente por uma enorme explosão - BLEVE. Testemunhas
relataram que sentiram vibrações antes da primeira explosão.
Os tanques contendo líquidos
inflamáveis nas redondezas da caldeira romperam, aumentando ainda mais os danos já que um grande incêndio se
alastrou nos trens de 40, 30 e 20, devido à liberação de gás e líquidos inflamável
causada pela explosão.
Após 8 horas, o fogo nos trens 20, 30 e 40 foi extinto.
Muitos
protestaram dizendo que já haviam avisado sobre os defeitos de uma das
caldeiras, mas que a diretoria não lhes deu ouvidos.
CAUSA PROVÁVEL
Investigações apontam que durante
uma manutenção de rotina da caldeira do trem 40, uma purga mal executada
propiciou a formações de incrustações no interior dos tubos da caldeira.
Essa incrustação não permitiu
troca térmica entre a parede dos tubos e a água do interior do boiler bank
(tubos da caldeira). Uma das hipóteses é que essa camada
interna incrustante começou a se soltar e o tubo superaquecido (sem troca
térmica adequada naquele momento) em contato com a água, elevou subitamente a
temperatura da água e consequentemente a pressão nos tubos. Essa sobre pressão teria rompido um ou mais tubos
no interior da câmara de combustão (causa da vibração e da primeira
explosão). O jato de água e vapor
pressurizado desprendido dos tubos rompidos incidiu diretamente na superfície dos
refratários impregnados de fuligem e cinzas, criando uma grande nuvem desse
material no interior câmara de combustão. Esse material suspenso (fuligem),
altamente explosivo, em contato com a chama dos queimadores entrou em ignição
transformado a câmara da caldeira em uma verdadeira bomba, aprisionada pelas
paredes da caldeira.
CONSEQUÊNCIAS
- 27 trabalhadores mortos e 74 feridos;
- Danos materiais estimados
em US$ 800,000,000;
- Os lucrativos contratos de fornecimento de GNL da
planta foram transferidos para outros fornecedores;
- A produção de GNL caiu 76% naquele ano;
- A produção da refinaria foi suspensa e o preço do
petróleo no mercado internacional subiu a um nível recorde em 10 meses;
- Novos projetos de plantas eliminou a necessidade de
caldeiras, que foram substituídos por projetos mais eficientes de turbinas
a gás e compressores;
- Três dos seis trens (20,
30 e 40) foram completamente destruídos, mas os trens de 10, 5P e 6P retornaram
a produzir em novembro de 2004. Os três trens destruídos foram
substituídos por um trem maior.
Fontes:
www.theenergylibrary
www.hydrocarbons-technology.com
Apostila CALDEIRAS / 2004 por Prof. José Luiz Gyurkovits.
Explanação do professor Eng. Roberto Jorjan / aula Caldeiras –
Equipe de Formação de
Inspetores da Sindipetro-LP.
Estas reportagens tem de ser mais divulgadas, já cansei de ver ARTs recolhidas por(....) e fornecidas a proprietários de caldeiras pelo valor de 01 salário mínimo, em atendimento a NR-13
ResponderExcluirLamentável esse tipo de relato. Realmente estamos vivendo em todos os setores econômicos, em cada classe profissional e em todas as camadas sociais, uma verdadeira crise de moral e ética!!!....Até quando?
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