Para
quem lida na área de Inspeção de Equipamentos em unidades industriais é muito
fácil entender qual a real importância do seu trabalho. Na maioria das vezes,
quando nada de extraordinário acontece em uma instalação industrial, é porque
se está colhendo os frutos do trabalho bem feito da Inspeção. Entretanto, não
podemos esquecer que este trabalho pode gerar interferências na produção e
custos para a manutenção, e por isso deve ser amplamente discutido e seus
benefícios divulgados.
As
exigências do Brasil de hoje são crescentes, tanto pela necessidade da obtenção
de resultados, quanto pela redução dos custos de operação. Temos de fazer mais
e melhor que os padrões anteriores, por um custo cada vez menor. Para esta
equação, só há uma solução: o emprego do conhecimento
e tecnologia.
Devemos
tomar como ponto de partida para a elaboração de um programa de inspeção, os
mecanismos de danos atuantes em cada equipamento.
Dispomos de suficiente conhecimento para determinar, antecipadamente, quais os mecanismos
de danos que estarão atuando em um determinado equipamento e em quais
situações. Exemplos disso são dois documentos publicados em 2000 pelo API –
American Petroleum Institute: API 579 (“Adequação ao Uso”) e API 580 (“Inspeção
Baseada em Risco”), que caminham na direção da identificação, quantificação e
avaliação dos mecanismos de danos em equipamentos industriais.
Os mecanismos de danos são geradores de
deteriorações. Mecanismos distintos
apresentam danos distintos e técnicas adequadas de ensaios devem ser
utilizadas com o equipamento em suas condições de serviço ou com o equipamento
parado na temperatura ambiente. O ideal seria efetuar toda a avaliação dos
equipamentos em operação normal, para evitar interferências operacionais,
excesso de demandas durante as paradas e principalmente para avalia-lo na mesma
condição em que o mecanismo de deterioração está presente.
Os recursos de inspeção disponíveis são
limitados, e as pressões para as respostas com o menor tempo e custo, nos
obrigam a fazer uma outra indagação: o
quanto é preciso inspecionar para ter a garantia de identificar a presença do
um mecanismo de dano? Existem mecanismos de danos que por sua
característica localizada, exige amostragens maiores, às vezes inspeções
completas. Outros mecanismos, pela sua característica generalizada, podem ser
facilmente identificados pela inspeção amostral.
A definição dos tamanhos das amostras tem
implicação com os riscos de não serem identificados (ou corretamente
mensurados) os danos que possuam uma grande variação de intensidade. Por isso,
os critérios para a aplicação da inspeção amostral devem ser cuidadosamente
avaliados. Quanto maior a amostragem, maior o valor da efetividade da inspeção,
e vice-versa. Um aspecto muito importante a ser avaliado nessa questão é o
amparo da tecnologia através da escolha
de ensaios-não-destrutivos que, por sua natureza, fornecem informações mais
amplas e completas com pouco esforço despendido.
Das questões a serem respondidas, esta é a
mais difícil! Trata dos prazos entre inspeções subseqüentes, que tem
implicações com paradas, previsão de vida remanescente, disponibilidade de
recursos e orçamentos.
Na determinação do “quando inspecionar” é
necessário a quantificação dos danos, e comparação com as tolerâncias
existentes. Existem alguns métodos utilizados para a determinação do “quando
inspecionar”. Um critério amplo é o de avaliação da confiabilidade do
equipamento contido na metodologia de Inspeção Baseada em Risco (IBR). Esta
metodologia foi apresentada pelo API em recente publicação (BRD 581), e orienta
os esforços da inspeção para os equipamentos que apresentam maior risco de
falhar. O risco aqui considerado é o produto da probabilidade de falha de um
componente pelo valor da conseqüência da falha (somatório das conseqüências
patrimonial, aos negócios, ambiental e pessoal). Quanto maior o risco, ou
quanto mais rapidamente o risco cresce, mais atenção deverá demandar o
equipamento e as suas inspeções mais frequentes. Assim, os prazos entre
inspeções serão variáveis, e dependerão exclusivamente do quanto se sabe (ou
não se sabe) sobre um equipamento. Este critério está sendo largamente
empregado no mundo para otimizar os trabalhos da inspeção. Importante: o termo otimizar deve ser entendido na forma
literal, não apenas como “reduzir”. O que acontece, na prática, é que o
critério da IBR obriga a uma avaliação mais apurada dos equipamentos, e os
prazos de inspeção que antes eram regidos por tabelas, passam a ser regidos
pelo que se sabe do equipamento e os mecanismos de danos atuantes. Em termos
conceituais, a IBR torna a inspeção menos preventiva e mais preditiva.
Associado aos conceitos e referências
descritas, é importante que o profissional de Inspeção raciocine em termos de
oportunidade de realizar a avaliação dos equipamentos. Por que concentrar as
inspeções durante as paradas uma vez que estão disponíveis técnicas de
monitoramento em serviço? Inspeção é uma atividade contínua e não pode ser
concentrada nas paradas, especialmente nos dias atuais em que os intervalos
entre paradas estão cada vez maiores, assim como os prazos legais de
re-inspeção para aquelas empresas que possuem serviço próprio de inspeção,
conforme NR-13. Diante deste panorama é fundamental que o profissional de
inspeção desenvolva métodos de controle em serviço, não só para garantir
integridade dos equipamentos, mas também para manter uma rotina de atividade
preditiva.
TENDÊNCIAS ATUAIS
A união do conhecimento e tecnologia,
aplicados em favor dos trabalhos de inspeção de equipamentos, está promovendo
um futuro bastante promissor. Este futuro está traçado e sendo conduzido pelas
demandas da própria indústria, que constantemente vem buscando otimização na
seguinte direção:
-
redução
de interferências operacionais;
-
aumento
de campanhas;
-
redução
de custos;
-
redução
dos prazos de parada;
-
aumento
da confiabilidade dos equipamentos.
Hoje são requeridos maiores cuidados com meio
ambiente e saúde, fortes demandas sociais, que estão afetando e redirecionado
as práticas atuais de inspeção.
Fonte:
www.ibp.org.br
Texto:
Pedro Feres Filho - (pedro@pasa.com.br)
Jorge dos Santos Pereira (pasa.ne@pasa.com.br)
da Physical Acoustics South America - PASA
da Physical Acoustics South America - PASA
boa noite!!!!!! sou recém formado em engenharia mecânica, quero atuar na área de inspeção de vasos de pressão, gostaria de saber quais são os pre requesito para ser um inspetor? Os cursos necesario.
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