Essa falha ocorreu em 7 de outubro de 2004 em Le Blanc, uma comuna francesa (vila), na
região administrativa do Centro, no departamento de Indre, na França.
No local está instalada uma pequena planta de
armazenamento de GLP, e tem como função o enchimento de cilindros para
comercialização, abastecendo assim, a região. O depósito com uma esfera e dois
tanques de armazenamento, opera por ano, cerca de 15 mil toneladas de propano, sendo
abastecida exclusivamente por rodovias.
Válvula solenóide desmontada para inspeção visual interna. Dispositivo totalmente obstruído. |
O PROBLEMA
A ligação utilizada para as operações de
carregamento de caminhões está equipada com válvulas de segurança, que, no caso
de uma emergência, permiti a interrupção da operação e simultaneamente a liberação
de gás para a atmosfera. O sistema de segurança usa válvulas solenóide de 3
vias acionados por um motor pneumático.
Estes dispositivos eram inspecionados semestralmente
por ensaio visual e verificação de abertura e operação de fechamento. O alarme solenoide
e o teste de disparo não eram convencionalmente testados na ocasião. Os
resultados da inspeção eram registrados e a última inspeção desses elementos foi realizada
08 de setembro de 2004 (um mês antes da
ocorrência a seguir) e nenhuma anomalia foi detectada.
Já durante os testes de segurança, no dia 7 de
outubro, na estação de descarga de caminhão, uma das válvulas solenóide não
atuou. Em circunstâncias normais, este tipo de válvulas que compões o sistema
de segurança de descarregamento de propano (caminhão para a tancagem) é acionado
automaticamente, caso haja algum problema na operação de descarga.
Como a válvula não atuou, promoveu-se a abertura do
corpo parafusado do dispositivo (válvula solenoide). Com a inspeção interna, evidenciou-se
que o problema foi provocado pela
presença de um ninho de vespas construído dentro do sistema de despressurização
da válvula solenóide, impedindo-a de funcionar. O distribuidor pneumático foi
bloqueado mecanicamente pelo material “terroso”, característico de ninho de
vespas, não permitindo a liberação do produto para a atmosfera, caso fosse
necessário.
Os insetos entraram por um pequeno orifício
desprotegido conforme pode ser observado na imagem abaixo:
Foram inspecionadas todas as válvulas solenóides da
planta de GLP e foi encontrado um ninho em outro dispositivo, mas não ao ponto
de impedi-lo de funcionar.
Uma malha de bronze foi, assim, instalada nos
orifícios de ventilação de todas as válvulas deste modelo (ver imagem a seguir).
Malha de bronze foi instalada para impedir a entrada de insetos. |
A informação correu todo território francês e todas
as plantas que utilizavam o mesmo modelo de válvula solenóide, Joucomatic tipo MPV1,
foram recomendadas a fazerem inspeção minuciosa nesses dispositivos, já que testes
mostraram que somente as válvulas de solenóide deste modelo, eram propensos a
este tipo de problema. Uma das
recomendações além da inspeção periódica era a instalação da malha de bronze de
proteção para deter a entrada de insetos.
OUTRAS AÇÕES
- Uma lista exaustiva de válvulas automáticas foi elaborada em todas as plantas de GLP da França e a periodicidade e rastreabilidade das inspeções (visual, interna e de acionamento) foram reforçadas;
- Os métodos de inspeção de válvulas automáticas e válvulas solenóides foram revisados e um procedimento de inspeção foi elaborado, a fim de assegurar que a válvula se fecha quando solicitada em ocasiões de emergência.
- Embora sem complicações, este incidente ilustra o alto grau de vigilância que deve ser dada as plantas com produtos perigosos. A intrusão de insetos e animais pode ser erroneamente considerada como irrelevante, mas neste caso ficou claro que os ninhos de vespas poderiam inutilizar o sistema de segurança da planta de GLP.
- Ficou evidente a importância da ampliação da inspeção destes dispositivos para garantia de condições de funcionamento do equipamento em situações de emergência.
Fonte:
Ministério de Meio Ambiente (França).
Impressionante...!!
ResponderExcluirimprevistos acontecem imaginem se não houvesse a manutenção preventiva, que segundo relato de uma equipe em uma das plataformas da bacia p48 as manutenções preventivas foram reduzidas afim de corte de custos, na minha opinião escolheram um item de vital importância para o desempenho dos equipamentos, principalmente em uma unidade marítima.
ResponderExcluirLamentável.... A história já nos ensinou que reduzir custos com manutenção é um erro. Uma falha catastrófica que poderia ser evitada através da manutenção/inspeção, é exponencialmente mais custosa do que manter uma um serviço que salvaguarda vidas e a integridade do equipamento e por conseguinte o patrimônio da empresa.
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