A sulfetação é um mecanismo de
deterioração bastante conhecido nas refinarias de petróleo. Esse mecanismo já
vem sendo observado desde o final de 1800 e consiste no desgaste dos materiais
que contêm ferro, como por exemplo, o aço, que reage com os compostos de
enxofre contido no petróleo, a uma temperatura acima de 260°C. Portanto são
comuns em fornos, caldeiras, tubulação e equipamentos que operam acima desta
temperatura.
Linha de 8" rompida devido perda de espessura causada pela sulfetação em refinaria norte-americana. Seu rompimento causou um grande incêndio. Ver CASO 041 clicando AQUI. |
Este mecanismo de dano provoca perda
de espessura nas paredes dos tubos utilizados nas unidades de destilação de
petróleo. É um processo relativamente lento, mas constante ao longo do tempo, e
merece atenção por parte do inspetor de equipamentos, pois pode causar o
afinamento da parede de aço de uma linha ou equipamento, até o rompimento, muita
vezes catastrófico, quando não devidamente monitorado e controlado. A redução
de espessura pode ser generalizada ou localizada.
Como foi dito acima, esta
corrosão que ocorre na presença de compostos do petróleo bruto, tais como o sulfeto
de hidrogênio, que reage com equipamentos construídos com aço (ligas ferrosas,
inox série 300, 400 e ligas de níquel). A
presença de hidrogênio acelera o processo corrosivo.
As variáveis do processo que afetam a taxa
de corrosão incluem o teor total de enxofre do óleo, o tipo de enxofre presente,
as condições de fluxo e da temperatura de operação do equipamento. Praticamente
todo o petróleo bruto contêm compostos de enxofre, portanto, a sulfetação é um
mecanismo de dano presente em cada refinaria que processa petróleo bruto em
qualquer lugar do mundo.
A reação entre o enxofre e o
ferro produz uma camada escamada de sulfeto de ferro sobre a superfície do aço.
Esta reação pode ser comparada com o de oxigênio e ferro (oxidação). O tipo de
escama formada pela sulfetação depende dos elementos contidos no aço. Certas escamas
formadas são protetoras e ajudam a reduzir a reação entre compostos de enxofre
e o ferro, minimizando a taxa de corrosão.
A taxa de corrosão na sulfetação
diminui significativamente com o aumento de teor de cromo (Cr), ou seja, é recomendável
que em trechos ou linhas de aço carbono seja considerada a possibilidade de
substituição do aço carbono por uma liga com teor de Cr desejável, quando a sulfetação
se mostrar um perigo eminente à planta industrial. Logicamente, um estudo pormenorizado
deve-se se efetuado para esse fim.
Quanto maior o teor de cromo (Cr) maior será a resistência a
corrosão.
Aços com maiores teores de Cr apresentam
melhor resistência a sulfetação.
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A quantidade de silício (Si) também é um fator que influencia significativamente a taxa de corrosão por sulfetação. Tubulações de aço de carbono contendo teor de silício menor que 0,1% podem corroer a taxas aceleradas, chegando ser dezesseis vezes mais rápidas do que as tubulações de aço carbono contendo maiores percentagens de silício, conforme podemos ver no gráfico a seguir.
Fonte:
API RP 571 - Mecanismos de Danos
que Afetam Equipamentos Fixos na Indústria de Refino.
Chemical Safety Board – CSB/ U.S.
Explanação dos
professores Luiz Antonio Bereta e
William Pinto de Almeida
da Equipe de Formação
de Inspetores – EFI / SINDIPETRO-LP.
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