Em 6 de agosto de 2012, a refinaria
de Richmond, da Chevron, localizada na Califórnia
(costa oeste dos EUA), sofreu uma falha catastrófica na tubulação nº 4 na Unidade de Refinamento de
Petróleo. A tubulação de gasóleo leve se rompeu e o produto parcialmente vaporizado
formou uma grande nuvem que envolveu dezenove funcionários da Chevron .
A formação de nuvem de
vapor inicial (fumaça branca) e ignição subsequente
(fumaça preta), pode ser visto a partir do cais em San Francisco, Califórnia. |
O caminhão dos brigadistas queimado durante
atendimento inicial. Veja como isso
ocorreu no vídeo ao final do texto.
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A nuvem de vapor inflamável pairou sobre a unidade por pouco mais de dois minutos até sua ignição ocorrer. Um grande incêndio tomou conta da unidade. Todos os funcionários escaparam por pouco, sem ferimentos graves.
Cerca de 15 mil pessoas da áreas circunvizinhas
a refinaria foram afetadas pela fumaça liberada pelo incêndio. Essa população se
dirigiu aos postos de atendimento médico devido problemas respiratórios.
CAUSAS (Sequências de Eventos)
A linha de aço carbono estava
instalada desde 1976 e trabalhava acima de 300°C de temperatura retirando
gasóleo leve da torre de destilação.
Apesar de 2002 a inspeção de equipamentos
ter constatado perda de espessura da parede desta tubulação e ter recomendado a
sua substituição, nada foi feito e incrivelmente foi esquecida pelo setores de
inspeção e manutenção até 2011.
O relatório de inspeção indicava
perda de espessura da parede da tubulação nº4 por sulfetação (ver este mecanismo de deterioração clicando AQUI).
Na parada de manutenção em 2011,
novamente foi recomendado a substituição da linha, pois apresentava vários
trechos com severa perda de espessura. Alguns trechos foram substituídos, mas o
trecho em pauta não.
Infelizmente, o caso foi indevidamente avaliado e os engenheiros da parada de manutenção de 2011 acreditaram que este
trecho da linha suportaria mais 5 anos,
indo contra o cálculo de taxa de
corrosão que apontava o fim da vida útil desta linha em 2012. A próxima parada
seria em 2016.
Além deste erro de decisão, durante
do vazamento inicial da linha (agora em 2012 com a unidade em operação), a
gerência não autorizou a parada da unidade para reparos de manutenção para
conter o pequeno vazamento.
Notem que a linha não
tinha nenhuma válvula de bloqueio,
entre torre de destilação até as bombas centrífugas.
A falha de projeto, também foi apontada pelos investigadores.
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Como o projeto da tubulação não
tinha previsto uma válvula de bloqueio próximo a torre de destilação para conter o fluxo do gasóleo, técnicos
tentaram perigosamente fazer o reparo com a linha em operação. Uma sequência de erros inicia-se a partir de
então, já que na tentativa de retirar o isolamento térmico da linha, para se
ter acesso a avaria, a parede do tubo é danificada mais ainda, aumentando o vazamento. Vapor de hidrocarboneto é liberado sob o isolamento térmico.
Desta forma, um pequeno incêndio inicia, porém foi controlado rapidamente. Com receio de se
aproximarem da linha, os técnicos envolvidos em resolver o problema, decidem arrancar o
isolamento com jato de água de alta pressão.
Essa atitude foi o golpe
derradeiro. A linha se rompe catastroficamente com o contato com a água combinando
agora a pressão da água na parede fina do tubo corroído + o choque térmico, já que
a temperatura da linha era de mais de 300°C .
Após pouca mais de 2 minutos do rompimento...
A ignição.
VEJA O VÍDEO ABAIXO ONDE É DEMONSTRADO
GRAFICAMENTE EM 3D, A SEQUÊNCIA DE EVENTOS
QUE LEVARAM A REFINARIA DA CHEVRON AO INCÊNDIO.
Fonte:
Chemical Safety Board – CSB/ U.S.
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