O acidente ocorreu em 21 de abril
de 2013 em um silo de soja da empresa Cargill, em Canarana (região Araguaia
–Mato Grosso). Haviam dezenas de
toneladas de soja no silo, que acabou se rompendo e soterrando quatros trabalhadores
que morreram no local.
O acidente ainda está sendo periciado. |
O silo da Unidade de Recebimento
de Grãos tinha capacidade de armazenar até 500 toneladas de grãos. Não há
informações se a unidade estava operando com armazenamento total, quando uma
equipe formada por quatro pessoas (um funcionário e três terceiros) trabalhava
na liberação de soja retida em um silo metálico no momento que a estrutura se
rompeu e toda a massa de grãos armazenada caiu repentinamente. Não houve tempo dos
funcionários fugirem da avalanche de grãos.
Testemunhas informaram que os
trabalhadores estavam auxiliando na passagem da soja pela boca do funil
regularmente e alguns estavam escavando por baixo para que a soja saísse. De
repente se ouvi um estrondo com desabamento do silo e os trabalhadores que
estavam embaixo não conseguiram escapar.
Uma observação feita pela a
equipe de socorro foi que o silo ao lado (semelhante ao colapsado) apresenta
sinais de estufamento.
Foram usadas máquinas para remover parte da estrutura e ser feita retirada dos corpos das quatro vítimas. |
- Há indícios que a soja estava molhada (umedecida) dessa forma ouve o "estufamento" e ganho de peso do produto que poderia colapsar a estrutura do silo;
- Outra hipótese é a posição da saída de produto ser excêntrica. Falha de projeto ou desconhecimento técnico, muitos silos já foram danificados, quando projetado com um furo lateral nos silos, sem reforços (antes de enche-los), causando acidentes gravíssimos. O cálculo é complexo para construir um ”furo” excêntrico de formar a prever os esforços e o equilíbrio do silo durante a operação de carregamento e descarga;
- Há também a possibilidade de que o silo estivesse sobrecarregado;
- Trincas nas chapas ou nas soldas e falta de inspeção e manutenção também serão levadas em conta durante a perícia;
- Uma das possibilidades é que o silo tenha explodido devido aos gases formados pela soja.
Imagem momentos depois do desabamento. |
De acordo com a um estudo
realizado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro -UFRRJ, o projeto, a operação e a inspeção dos silos verticais
merecem muita atenção:
Influência do Projeto na Operação
de carga e Descarga
A operação de carga do
Silo Vertical deve ser sempre realizada pela parte central do telhado (centro
do silo/ talude), em função da necessidade de manter o equilíbrio das cargas
verticais, radiais e de embucho, geradas pela massa de grãos armazenados ou em
movimento. Realizado de forma descentralizada, este processo poderá gerar um
desequilíbrio de forças provocando um recalque na base do silo e,
consequentemente, um tombamento do mesmo ou deformação das chapas laterais. O
mesmo risco ocorre na hora da descarga, quando realizada de forma
descentralizada.
Risco de Explosão
O acúmulo de poeiras no
local de trabalho das empresas deste ramo, depositada nos pisos, elevadores,
túneis e transportadores, apresentam riscos de incêndio muito grande. Isso
ocorre quando uma superfície de poeira e grãos é aquecida até o ponto de
liberação de gases de combustão que, com o auxílio de uma fonte de ignição com
a energia, dá início ao incêndio. Além disso, a decomposição de grão pode gerar
vapores inflamáveis; se a umidade do grão for superior a 20% poderá gerar
metanol, propano e butano. Os gases metano e etano, também produzidos pela
decomposição de grãos, são igualmente inflamáveis e podem gerar explosões.
Corrosão
A corrosão da estrutura é
um aspecto que deve ser analisado durante a perícia já que é comum no interior
dos silos de soja o ambiente ser úmido.
Esse ambiente pode levar a
oxidação prematura das chapas galvanizadas e montantes (estruturas verticais)
de silos verticais, decorrente da condensação (gotejamento) que ocorre nas
chapas do telhado e na lateral do silo. Essa umidade (água) é oriunda dos grãos
armazenados quando estes perdem água, devido à busca do Equilíbrio Higroscópico
A condensação e
gotejamento em silos verticais e armazéns é um fenômeno físico de fácil
comprovação técnica e visual.
A taxa de umidade do ar
(umidade relativa) varia conforme sua temperatura, significando que, quando o
ar ambiente aquece aumenta a sua capacidade de absorver umidade e diminui
quando esfria (temperatura baixa – frio).
ENTENDA:
Este processo de
condensação acontece da seguinte forma: a radiação solar provoca o aquecimento
da cobertura do silo ou armazém (telhado metálico) e pela condução térmica
aquece o ar interno, baixando a umidade relativa do ar. Esse ar com temperatura
elevada absorve a umidade contida nos grãos armazenados pelo efeito da
evaporação. Em contrapartida, quando este ar úmido entra em contato com a
cobertura (telhado) resfriada, pela variação climática (noite ou período frio),
cai a temperatura do mesmo elevando a umidade relativa interna, podendo, com
isso, ultrapassar o ponto de saturação (orvalho), condensar e gotejar sobre a
massa de grãos armazenada. Esta água irá iniciar o processo de oxidação nas
chapas e nas estruturas do telhado e lateral do silo vertical, gerar mofo,
deterioração e até a germinação dos grãos na camada superior do talude. Para
evitar este fenômeno e a oxidação decorrente do mesmo, devemos ter um Sistema
de Exaustão instalado na cobertura (telhado) na parte mais elevada.
Fonte:
Só Notícias/Weverton
Correa
Importância de Cuidar
Silos Verticais e Armazéns de Grãos - UFRRJ
Quando profissionais sem competência nas áreas de Diligenciamentos e Inspeções assumem, como clientes, cargos de Coordenação de Diligenciamento e Inspeção, por medo, decorrente de sua ignorância nestas culturas, acabam orientando seus contratados de forma incorreta e alguns destes contratados acabam cometendo erros que poderão matar pessoas que sequer possam ter conhecido. Como diz o ditado "CADA MACACO NO SEU GALHO".
ResponderExcluirConcordo plenamente com vôce ( Raymundo Pantoja) e com esse papo que cliente tem sempre razão, porque está pagando, e pode se usar da opinião dêle ( não vê problemas......e tal), mas quando a bucha estoura, não fica um para dar os palpites absurdos sem conhecimento de causa, nada!, e aí? quem assume a "bucha"? a assinatura de um responsável técnico, e se tiver!
ExcluirAbraços,