Em inglês
High-temperature Hydrogen Attack (HTHA). Esse mecanismo de corrosão em
alta temperatura promove a perda de resistência e ductilidade do aço por meio
de reação em alta temperatura do hidrogênio absorvido pelo carbono livre do aço
resultando na descarbonetação e fissuras internas. Ou seja, devido a remoção do
carbono a alta temperatura, há uma diminuição da dureza superficial (superfície
de contato com a temperatura elevada, pobre em carbono), facilitando a ocorrência de trincamento por metanização (H+C).
É interessante observar que estes dois processos podem estar
associados (descarbonetação + HTHA), porém muitos consideram como um só
mecanismo sendo utilizado os dois termos para os mesmos. Mas deve-se também
atentar que a API RP 571-2011 descreve estes dois mecanismos separadamente,
isto quer dizer que um processo pode ocorrer independente do outro, assim
devemos considerá-los como mecanismos associados. No caso do HTHA, a presença
do hidrogênio é o elemento importante para a descarbonetação (ambos são
mecanismos de corrosão em alta temperatura).
Micrografia mostrando trinca intergranular causada pelo HTHA em um aço carbono com 0,5 Mo. |
MECANISMO
O hidrogênio atômico difunde-se no aço (formado no processo
de corrosão por dissociação do hidrogênio molecular em fluidos em contato com a superfície do aço). No contorno de grãos, imperfeições do cristal, inclusões,
descontinuidades e outros defeitos corroboram com o hidrogênio atômico que reage com o carbono
dissolvido ou com os carbetos de metal, formando o metano:
Devido à acumulação gás metano nos interstícios do aço,
causa uma pressão que resultam na formação de trincas intergranulares, fissuras
e bolhas, frequentemente estendendo-se até a superfície do aço. Além disso, o
processo de descarbonetação leva a perda de carbono do aço e, consequentemente,
uma redução na resistência a tração e um aumento da ductilidade e na taxa de
fluência.
Curiosamente, o processo inverso, carbonetação, pode ocorrer
também em misturas de hidrogênio em hidrocarbonetos em operações de refinação
de petróleo.
Com o intuito de reduzir o ataque do hidrogênio aos equipamentos industriais em alta temperatura o gráfico abaixo, conhecido como a Curvas de Nelson, é largamente utilizado:
Com o intuito de reduzir o ataque do hidrogênio aos equipamentos industriais em alta temperatura o gráfico abaixo, conhecido como a Curvas de Nelson, é largamente utilizado:
CURVAS DE NELSON (click no gráfico para ampliar) |
As Curvas de Nelson são comumente usados para selecionar os
vários tipos de aços e os limites operacionais de segurança de temperatura e
pressão parcial do hidrogênio.
PREVENÇÃO
Para atenuar e até mesmo evitar o ataque do hidrogênio a
alta temperatura, bem como a descarbonetação e as fissuras consequentes desses
mecanismos, adotam-se algumas ações como:
- Evitar o emprego de aços com alto teor de carbono;
- Utilizar aços alta ligas quando possível;
- Seguir os limites operacionais de segurança definidos nas Curvas de Nelson;
- Empregar uma margem de segurança de 30°C quando se utilizar as Curvas de Nelson.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Entretanto, é extremamente
importante ler o Caso 071 deste BLOG onde há uma série de observações
criticando e descartando o uso das CURVAS DE NELSON com base em acidentes
anteriores.
Fonte:
API RP 571-2011
www.corrosionclinic.com
www.corrosionclinic.com
Explanação e anotações das aulas do professor Luiz Antonio Bereta na disciplina
Causas de Deterioração de Equipamentos, da Equipe de Formação Industrial – EFI
/ SINDIPETRO-LP.
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