domingo, 19 de maio de 2013

Corrosão Sob Tensão (CST)


É o fenômeno de deterioração de materiais causada pela ação conjunta de tensões mecânicas (residuais ou aplicadas) e meio corrosivo. A CST é caracterizada pela formação de trincas, o que favorece a ruptura do material. Por essa razão, a Corrosão Sob Tensão é comumente chamada de Corrosão Sob Tensão Fraturante. Acontece comumente com metais dúcteis.

Na CST, praticamente não se observa perda de massa do material, como é comum em outros tipos de corrosão. Assim, o material permanece com bom aspecto, até que a fratura ocorre. O tempo necessário para a fratura ocorrer depende da tensão (quanto maior a tensão, menor o tempo. Dessa maneira é aconselhável evitar concentrações de tensões): 
  • do meio corrosivo;
  • da temperatura e;
  • da estrutura e composição do material (geralmente, materiais com grãos maiores são menos resistente que materiais com grãos menores, por exemplo).

Mecanismo

Existe uma divergência entre diversos autores de trabalhos sobre a CST. Entretanto, os seguintes aspectos são comumente observados:

Fratura Intergranular na Corrosão Sob Tensão:

Acontece quando a fratura acompanha o contorno dos grãos do material. O contorno de grão é uma região de maior energia, o que faz com que sua corrosão seja preferível à corrosão do interior do grão. Essa maior energia pode ser causada tanto por uma diferença de composição química entre o contorno e o interior do grão causada por um acúmulo de discordâncias e átomos de impureza quanto pela estrutura desordenada dos átomos que estão numa posição intermediária na malha cristalina.

Corrosão Intergranular.

Fratura Transgranular na Corrosão Sob Tensão:

Acontece quando a fratura passa pelo meio dos grãos. Este tipo de trinca está associado a fenômenos de natureza eletroquímica e sua formação e propagação pode ser detida com a utilização de correntes catódicas. Existem muitas teorias para explicar esse tipo de fratura, porém ainda muito divergentes. A fragilização por hidrogênio sustenta uma das teorias mais bem aceitas.


Exemplos de CST é por vezes observada nos seguintes sistemas: 
  • Aços doces, na presença de álcalis, ou nitratos. A fratura nesse caso é intercristalina, e o problema se agrava à medida que a dureza do material aumenta;
  • Aços de alta resistência mecânica. Esses são sujeitos à fratura em vários ambientes, principalmente nos com presença de cloreto;
  • Ligas de alumínio. Nesse caso, a fratura é intercristalina está relacionada à presença de precipitados formados durante o processo de endurecimento.

Medidas Preventivas:

De maneira a minimizar a corrosão sob tensão, algumas providências podem ser tomadas: 
  • redução das tensões;
  • alterações no ambiente corrosivo (modificar o pH, eliminar presença de oxigênio e cloretos, etc); 
  • proteger o material com inibidores químicos ou proteção catódica.

 Referências: Gentil, Vicente Corrosão. Rio de Janeiro 1982.

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